Postado por : Anne Lieurance Apr 20, 2016


"Já se perguntou alguma vez se são monstros que fazem as guerras ou a guerra que faz os monstros?"

Apesar de meu foco em indicações literárias ser voltado para os nacionais, há uma exceção que não posso ignorar. Essa é uma saga que me transformou. Uma daquelas incríveis leituras que desperta o que há de melhor em mim, me faz florescer e sorrir. Tenho até medo de não conseguir expressar tudo que ela significa por sempre ficar emocionada demais quando falo sobre ela.

Farei uma sinopse rápida do primeiro livro, mas prosseguirei fazendo um geral da série.



Feita de Fumaça e Osso (originalmente Daughter of Smoke and Bone, e por isso apelidada de DoSaB) conta a história de Karou, uma adolescente nada convencional. Não só seu cabelo naturalmente azul gera estranhamento; se seus colegas soubessem sua origem e rotina, perceberiam que isso é apenas a ponta do iceberg. Todos que ela conheceu como família seriam chamados de demônios se fossem vistos a público, e eles lhe designaram uma estranha missão. Com tantos mistérios a envolvendo, Karou mal podia imaginar que buscar seu passado desenrolaria uma intrincada trama...




Vamos começar pelo que, afinal, capta nossa atenção primeiro: As capas. Elas são absolutamente lindas, impactantes e misteriosas como a história que guardam. Seu brilho é sabiamente usado para nos prender. E o detalhe das penas na contracapa e nas orelhas foi uma das coisas que mais me atraiu.

Agora, sobre a narrativa em si. O enredo é magnífico. Não só pela sua originalidade – acreditem, vocês se surpreenderão quando descobrirem o foco de ação –, mas pela maneira como foi desenvolvido. Laini nunca me decepcionou. Nunca mesmo. Confesso que eu tremia de medo quando comecei a ler o terceiro livro, achando que ela deixaria escapar algo, erraria em algum ponto... Mas isso não aconteceu. Não houve pontas soltas. Foi um célebre final – tecido por um instigante início e desnorteante desenvolvimento.

E os personagens! Oh, céus, eu mal consigo escolher um favorito! Todos são fantásticos, são brilhantes, são únicos em sua complexidade. Claro que há personagens que você vai odiar – e, acredite, você vai odiar mesmo –, mas, uma vez, ouvi que você julga um personagem por quanto você não consegue ser indiferente a ele. E não tem como ser indiferente a nenhum deles. Você os sente, você os ama, você os odeia, tudo de maneira tão intensa quanto a história que carregam. E para aqueles que gostam de romance: Vocês não serão decepcionados. Na verdade, acho que essa é a história que melhor retrata o amor, com toda a sua intensidade – e sem abrir mão da realidade, dos medos e traumas de cada um, trazendo uma visão diferenciada para cada vivência.

apenas uma pequena amostra da variada gama de personagens


Por último, mas não menos importante... A escrita. A escrita de Laini consegue ser ainda mais encantadora do que os demais fatores. É poética e plena, te guiando para dentro do coração de cada cena, te fazendo sentir cada pulsação dela. Eu tenho vontade de destacar cada frase desses livros e sair espalhando-as por aí, colando-as na parede, tatuando-as, apenas para mostrar ao mundo o encanto que elas carregam. Isso para não mencionar as épicas citações que podem ser retiradas dessa saga.

"Desejos são falsos. Esperança é verdadeira, E a esperança faz sua própria magia."
Apesar de não ter encontrado nenhuma edit bacana, gostaria de destacar também “Pessoas quebram. Elas não podem sempre ser consertadas. Mas não dessa vez.” Não consegui evitar essa porque, bem, muitas vezes, essa história me consertou. Não se enganem, pensando que é apenas mais uma narrativa de ficção; ah, não. DoSaB vai muito além disso. É uma ode à esperança, um questionamento contínuo sobre o que verdadeiramente significa paz, harmonia, vida. Uma lição sobre esperança e amor, e o poder transformador que tão pequenas palavras carregam.

Curiosidade: Eu não releio mais. Considerando a pilha de livros para ler que tenho, é bem raro mesmo me ver relendo algo. Abri uma exceção para DoSaB, porque simplesmente precisava sentir tudo de novo. Já estou sentindo essa crise de abstinência de novo, pra dizer a verdade.

Ah, e também odeio ler em pdf. De verdade, me incomoda. Porém, com o tanto que a tradução demorou para trazer o último livro, simplesmente baixei o original. Fiquei com dor de cabeça uma semana – principalmente porque lia muito no celular, e tinha que forçar minha visão para isso – mas valeu a pena cada pedaço de desconforto.



E, aliás, esse foi o único livro até hoje que fez eu me arrepiar quando descobri o porquê do título. Nas três vezes que li.

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